quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Demolições urbanas

Os meios urbanos expandem-se cada vez mais e as necessidades de uma população crescente implicam melhores condições a todos os níveis. Cidades muito antigas apresentam na sua maioria plantas irregulares que congestionam o fluxo de pessoas e bens nestes territórios, bem como apresentam edifícios muitas vezes velhos e sem condições de segurança.
As estruturas, após um determinado período de tempo, vão se deteriorando. Quando elas chegam ao ponto de já não poderem ser utilizadas ou serem consideradas inseguras, acaba por vezes ser mais econômico demoli-las do que restaurá-las.

Mas, como nós podemos imaginar, demolir não é apenas sair quebrando paredes, colocar tudo abaixo e transformar o imóvel em um terreno cheio de entulho. “É imprescindível fazer um planejamento prévio”, ensina o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape-SP), Tito Lívio Ferreira Gomide. No planejamento, feito por um engenheiro, pode-se detectar nos elementos estruturais da construção possíveis áreas de perigo. “Caso existam partes frágeis, que corram o risco de desabamento, o profissional pode identificar e elaborar a ordem seqüencial adequada para que a demolição seja feita, sem oferecer riscos aos trabalhadores”, conta Gomide.




Legislação e Riscos




Ao abrigo do Decreto-Lei nº 273/ /2003, de 29 de Outubro, as demolições são consideradas como trabalhos com riscos especiais, devendo ser executadas por empresas especializadas, mão-de-obra experiente e enquadradas por um técnico idóneo.

Entre os riscos mais frequentes contam-se, entre outros: a destruição não controlada de toda a parte da construção, os danos causados nas estruturas vizinhas, a queda em altura de pessoas e de materiais, a poluição sonora e a projecção de poeiras e partículas.

Para evitar problemas com os vizinhos, o presidente do Ibape recomenda que seja feito o Laudo da Vizinhança – estudo que atesta o estado de conservação dos imóveis ao redor da obra para em caso de danos durante a demolição, determinar responsabilidades se for preciso realizar reparos ou pedir indenizações.

Para uma demolição, assim como uma construção, também é necessário um alvará, concedido pela Subprefeitura em que o imóvel está localizado. Outro ponto importante que deve ser levado em consideração é a contratação de uma empresa de demolição.”A empresa deve fornecer ao contratante uma descrição completa da operação de demolição que será realizada”, ensina o coordenador da divisão técnica de estruturas do Instituto de Engenharia de São Paulo, Natan Jacobsohi Levental.

Nesse documento devem constar os itens utilizados para a segurança dos funcionários e da obra. “Exija que esses itens estejam especificados no contrato de serviço e certifique-se de que a empresa segue as normas de segurança exigidas”, alerta Levental. “Lembre-se que, em uma obra de demolição, o risco de acidentes é maior do que em construção.”

Assim, antes dos trabalhos de demolição deve ser feito um estudo pormenorizado da estrutura que vai ser desmantelada e das existentes na proximidade. Igualmente importante é a elaboração de um Plano Específico de Segurança, assinalando cada uma das tarefas, o seu ordenamento e o modo de execução. Também as linhas aéreas, cabos e condutas existentes nas proximidades devem ser sinalizados e protegidos e delimitada, com vedações ou tapumes, toda a área circundante da edificação a demolir. Do mesmo modo, deverá ser seleccionado o local adequado para a remoção dos entulhos e certificar-se de que todas as entradas dos serviços da rede pública como água, eletricidade e gás foram devidamente fechadas e isoladas. Caso contrário, um dano acidental nesses dutos pode comprometer o fornecimento de toda a vizinhança e gerar um despesa ao proprietário.

No que concerne à protecção pública, o ideal é isolar as zonas condicionadas ao movimento de máquinas e equipamentos com tapumes, redes ou grades anti-motim. A área circundante da construção a demolir deve ter sinalização de aviso, com placas resistentes a choques e a intempéries, enquanto o passeio confinante terá de ser vedado.


Plano de demolição


Para executar estes trabalhos, é fundamental elaborar um plano de demolição, um complemento ao Plano de Segurança e Saúde (PSS), cujo principal objectivo é fixar os procedimentos a observar na demolição, auxiliando os intervenientes e orientando os meios envolvidos, com vista à aplicação de medidas de prevenção e segurança, procurando minimizar e suprimir os riscos observados.

Assim, têm que ser definidas as metodologias de intervenção, dos equipamentos e meios humanos, do estaleiro, tapumes, sistemas de protecção e circulação. De igual forma, têm que ser feitos a análise e o registo das anomalias existentes nos edifícios confinantes e monitorizadas as fendas.

No que concerne aos edifícios confinantes, é necessária uma vistoria das partes comuns exteriores e interiores, bem como todos os fogos e compartimentos, e, então, deverá ser preenchida uma folha de anomalias e do estado de conservação. O o plano associou os riscos de desmoronamento da estrutura, queda e projecção de materiais, electrocussão, esmagamentos, libertação de poeiras, cortes e outras lesões.

Na organização dos trabalhos e verificação de procedimentos, há que analisar os caminhos de fuga e de evacuação, o estabelecimento dos sistemas de comunicação, a definição da hierarquia de funcionamento e os equipamentos de protecção colectiva e individual.

Métodos de demolição: Serras circulares e perfuratrizes fazem a demolição controlada. Quando a estrutura é de grande porte e se quer rapidez, o mais indicado é a implosão.


Demolição convencional
A quebra de concreto estrutural, alvenaria ou revestimentos é feita por métodos percussivos (impacto, fragmentação). Indicado para demolição de pequenas construções, é o método mais antigo e o que requer menor especialização.

Demolição controlada

Permite executar demolições parciais sem abalo das estruturas remanescentes, com precisão dimensional. É o método utilizado em adequações estruturais, como em hospitais e indústrias para recebimento ou remoção de máquinas de grande porte. Entre outras vantagens, há menor emissão de poeira, o trabalho é silencioso e rápido. Veja as características dos métodos de demolição controlada.> Perfuração diamantada: feita com equipamento - elétrico ou hidráulico - ao qual se acopla a serra-copo. É possível executar furos que variam de 12 cm até cerca de 1,20 m de diâmetro com profundidades ilimitadas. O tempo médio para furar uma laje (100 mm de diâmetro x 20 cm de profundidade) é de dez minutos. Essa técnica é utilizada em casos que requerem ancoragem de chumbadores de grande dimensão, passagem de dutos, entre outros.> Perfuração percussiva: para furos de pequenos diâmetros e profundidades. São utilizados equipamentos manuais retropercussivos com brocas de metal duro. > Corte de pisos e lajes com serra (flat sawing): são utilizadas máquinas sobre rodas impulsionadas por motores a combustão ou elétricos. A potência do equipamento e o diâmetro da serra são determinados em função da espessura da laje ou do piso a ser cortado. As máquinas para cortar espessuras maiores do que 15 cm ou 20 cm são autopropulsionadas.

Corte de parede com serra (wall sawing)

Esses equipamentos permitem o corte retilíneo de aberturas e rasgos em paredes verticais e inclinadas. Sobre um trilho fixado na superfície a ser cortada desliza um motor (geralmente hidráulico) que impulsiona uma serra circular com movimento de aprofundamento e translação. Pode cortar pisos, lajes e paredes com até 50 cm de profundidade. O tempo gasto para cortar uma laje de 20 cm de espessura é de cerca de dois minutos por metro.

Serras portáteis: São usadas para fazer pequenas aberturas, rasgos e cortes em paredes finas (5 cm a 10 cm de espessura). Possuem grande versatilidade para serviços em locais confinados ou de difícil acesso.

Solução explosiva: Demolição com explosivos é recomendada para construções de médio e grande porte. A implosão é viável em edifícios com mais de três pavimentos. O custo de uma implosão varia de R$ 50 mil a R$ 120 mil e estão inclusos os gastos com mão de obra especializada, responsabilidades, autorizações, explosivos, equipamentos e material de proteção. Não estão consideradas nessa conta as despesas com remoção de entulho.
Perfuração diamantada: demolição controlada por perfuração diamantada

Fontes  http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/105/artigo299380-1.aspx


Há muitas maneiras de demolir um prédio, e algumas delas são espetaculares: explodi-lo de dentro para fora, para que ele desabe sobre si mesmo, ou arrebentá-lo com uma bola de demolição de duas toneladas.

Em Tóquio, porém, uma cidade apinhada, repleta de arranha-céus antiquados, com complicadas restrições de reciclagem e ambientais, as empresas japonesas estão aperfeiçoando o que poderia ser chamado de demolição silenciosa. Alguns edifícios altos são derrubados de cima para baixo, por meio do trabalho oculto de um andaime móvel, outros de baixo para cima, com a estrutura inteira sendo solta lentamente.

Às vezes, as técnicas parecem desafiar a gravidade —ou pelo menos o senso comum—, pois, embora os edifícios pareçam intactos, eles estão na verdade encolhendo lentamente. Os métodos, que buscam um local de trabalho mais limpo e mais silencioso, podem eventualmente vir a ganhar espaço em Nova York e outras cidades à medida que arranha-céus antigos vão se tornando obsoletos e a melhor solução passa a ser derrubá-los e reconstrui-los.

O último arranha-céu de Tóquio a ser demolido com esse método silencioso é o Hotel Akasaka Prince, uma torre de 40 andares com uma distinta fachada dentada com vista para uma das áreas comerciais movimentadas da cidade.

Fontes http://www.viacomercial.com.br/2013/07/demolicao-silenciosa-japao-cria-modo-engenhoso-para-derrubar-predios/


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