domingo, 18 de janeiro de 2015

Solo Grampeado

      Solo Grampeado é uma técnica usada para reforços de solos instáveis visando a estabilização de escavações e taludes. Método em expansão e desenvolvimento em todo o mundo conhecido também como reforço do solo “in situ”.
   Método realizado estabilizando taludes na inserção de grampos (barras de aço) lineares passivos, semi-rígido e resistentes à flexão composta. Estes, envolvidos por calda de cimento no interior do maciço de solo e, posteriormente, a aplicação na superfície externa do talude de concreto projetado sobre tela de aço. Os elementos são "grampeados" no solo horizontalmente ou inclinados de forma a introduzir resistências de tração e cisalhamento.

   Sua principal função é minorar os deslocamentos do maciço terroso pelo acréscimo de forças internas contrárias ao sistema natural de acomodação de massa (Silva et al., 2001). Sucessivas escavações resultam na descompactação do solo, resultando em novas forças internas que serão aplicadas no sistema solo-reforço.

        Dentre as diversas aplicações da técnica de solo grampeado, deve-se citar:

1. Estabilização de taludes naturais  → inclusão de reforços em taludes, possivelmente instáveis, com inclinações da ordem de 45° a 70° (Lima Filho, 2000);

2. Contenção de escavações temporárias ou permanentes associadas às fundações de edifícios, escavações para vias subterrâneas (estacionamentos ou metrô), cortes para implantação de sistemas viários e escavações para portais de túneis;

3. Recuperação de estruturas de contenção tais como, cortinas de terra armada (substituição de tiras ou conexões danificadas por sobrecarga), muros de concreto armado (antes ou logo após as rupturas causadas pela deterioração do muro ou de movimentos a montante) e cortinas atirantadas (após o
colapso de ancoragens protendidas, por carregamento excessivo ou por corrosão dos tirantes). Gässler (1990 e 1991) reporta o uso da técnica na recuperação de estruturas antigas na Alemanha que apresentavam uma condição de possível ruptura. Outros exemplos da aplicação em obras de
recuperação podem ser vistos em Ingold (2000) e Steenbergen-Kajabová et al. (2005). 







Sequencia Executiva


Escavação
    Os taludes são escavados mecanicamente e ou manualmente conforme geometria e seqüência de projeto. Para minorar os deslocamentos do talude em solo grampeado, durante as etapas construtivas, é realizada escavação em bermas ou nichos.


Instalação dos grampos 
    Os taludes são perfurados, os grampos são preparados, instalados e alojados nos furos para a injeção. Os espaçamentos vertical e horizontal são definidos a partir da resistência dos solos.






Concreto projetado
    A parede do talude recebe o jateamento da mistura (água, cimento, pedrisco, areia e fibra). Executa-se o acabamento. Em função da inclinação do talude poderá ser executado paramento em grama


Escavação nova frente
    Cumpridas as etapas anteriores, pode-se aprofundar a escavação e repetir o processo em camadas.

Drenagem 
    Para drenagem do maciço grampeado, usa-se normalmente o dreno sub-horizontal profundo e drenos de superfície, como as canaletas

Controle e fiscalização 
Não há, no Brasil, normatização para o processo de grampeamento de solo como um todo. Entre as práticas seguidas para o chumbador, costuma-se tolerar erro de deslocamento local de até 15% da distância horizontal ou vertical no posicionamento do chumbador. Quanto à tolerância de inclinação, aceita-se uma variação em torno de 5º. O controle de qualidade do concreto é feito por extração de corpos de prova de placas moldadas em obra. Para esse controle, são levadas em conta normas de concreto projetado da ABNT. A projeção do concreto deve ter espessura controlada por meio de marcos aplicados a cada 4 m². Para a drenagem, devem ser avaliados e determinados as posições e os fluxos do lençol freático durante sua execução, pois essa determinação é difícil na fase do projeto. Como controle geral da técnica de solo grampeado, deve-se medir a deformação do maciço.


Fonte:
http://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10979/10979_3.PDF
http://piniweb.pini.com.br/

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